Barra Mansa e Volta Redonda suspendem aulas da rede municipal
- Jornal Ponto
- 23 de mai. de 2018
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Por conta da greve dos caminhoneiros e após o SindPass anunciar redução da frota que atende a cidade a fim de não gerar um colapso no sistema de transporte público, as secretarias de Educação de Barra Mansa e Volta Redonda suspenderam por três dias as aulas em todas as unidades escolares dos referidos municípios.
Em Barra Mansa, não haverá aula nas 72 escolas nos dias 24, 25 e 28 de maio. Com isso cerca de 20 mil alunos e mais de 3 mil profissionais de Educação serão afetados. A falta de alimentos para compor a merenda escolar foi outra medida apontada pela secretaria para a suspensão.
De acordo com o secretário de Educação, Vantoil de Souza, a medida é preventiva a fim de evitar transtornos para alunos, pais e profissionais da educação. “Decidimos cancelar as aulas até segunda-feira para sabermos os desdobramentos da greve. Como não podemos prever o retorno de fornecimento de gêneros alimentícios, não poderíamos correr o risco de receber os alunos nas escolas sem alimentação para oferecer. Além disso, com o desabastecimento dos postos, os profissionais da educação e os ônibus que transportam os alunos encontram dificuldade para chegar até a escola”, explicou Vantoil.
Já a administração pública de Volta Redonda, junto com a secretaria de Educação, decidiu suspender as aulas na rede municipal de ensino, nesta quinta-feira (dia 24), na sexta-feira (dia 25) e no sábado (dia 26). No caso das creches, haverá atendimento normal nesta quinta-feira. A secretaria de educação junto com os pais, decidirá se na sexta-feira também haverá atendimento nas creches.
A decisão foi motivada em função do desabastecimento de combustíveis nos postos em Volta Redonda, por causa da greve dos caminhoneiros, o que refletiu na redução na quantidade de ônibus circulando pela cidade. Também está comprometido o abastecimento da merenda escolar.
Serviço público pode ser prejudicado
A paralisação dos caminhoneiros autônomos, que não estão ligados a transportadoras, iniciada nesta segunda-feira, dia 21, por conta do alto custo do diesel, também pode afetar a prestação de serviços públicos. Em Volta Redonda, secretários municipais trabalham com a possibilidade de desabastecimento e atraso na realização de serviços de manutenção na cidade.
O secretário de Transporte e Mobilidade Urbana do município, Wellington Silva, cita um exemplo: “Para atender uma reivindicação da população e reforçar a sinalização horizontal na cidade, principalmente, faixa de pedestres, fizemos licitação para compra de tinta. A empresa ganhadora é de Santa Catarina e o material está preso no caminhão parado na Via Dutra”, explicou, afirmando que o fato vai atrasar a realização do serviço.
O secretário expôs também preocupação com o fornecimento de combustíveis e possível comprometimento no transporte público. “As empresas de ônibus trabalham com estoque, mas se a paralisação se prolongar muito pode haver problemas”, acredita Wellington.
O secretário de Infraestrutura, Toninho Orestes, afirma que o serviço de manutenção da cidade continua diário, mas o prolongamento da paralisação dos caminhoneiros pode afetar a rotina na secretaria. “Podem faltar diversos materiais como cimento, asfalto, lâmpadas e reatores, além de combustível, óleo lubrificante e outros componentes que afetariam o funcionamento das máquinas necessárias para o serviço de infraestrutura”, falou.
Para o secretário de Saúde de Volta Redonda, Alfredo Peixoto, a paralisação pode impactar a saúde da mesma forma que vai impactar o Brasil, com o desabastecimento. “O fornecimento de medicamentos e insumos em geral pode ser atrasado”, disse, acrescentando que temos que torcer para que não haja bloqueio nas estradas, que podem prejudicar o transporte de pacientes que fazem tratamento fora de Volta Redonda e até análise de sangue, por exemplo, quando tem que ser feita em outro município.
Em Pinheiral
A prefeitura de Pinheiral informou que vai promover medidas emergenciais de contenção, tendo em vista a paralisação realizada contra os aumentos nos preços dos combustíveis, que resulta na falta de reabastecimento dos postos de gasolina da cidade e região e, consequentemente, dos veículos que prestam atendimento à população.
Sendo assim, até que haja a regularização dos serviços de abastecimento nos postos de gasolina da cidade, a prefeitura de Pinheiral fará o abastecimento dos veículos em que os serviços são considerados prioritários, como as ambulâncias e os que fazem a coleta de lixo.
Ao jornal Ponto, a assessoria de comunicação da prefeitura informou que inicialmente os alunos da rede municipal terão aula normalmente, uma vez que a viação Pinheiral, que presta serviços de transporte na cidade, não comunicou uma eventual suspensão.
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