A cada dez minutos um idoso é agredido no Brasil
- Jornal Ponto
- 15 de jun. de 2018
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O Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a pessoa Idosa está no calendário mundial desde 2006, quando a data de 15 de junho foi criada pela Organização das Nações Unidas (ONU). Mesmo assim, casos de espancamento, cárcere privado, apropriação da aposentadoria são cada vez mais comuns. De acordo com pesquisas feitas pela Secretaria de Envelhecimento Saudável e Qualidade de Vida, do Rio de Janeiro, a cada dez minutos um idoso é vítima de violência no Brasil.
De acordo com o Delegado Antonio Furtado, a data é uma maneira de provocar momentos de discussão sobre o tema na sociedade, visto que, na maioria das vezes, os casos de agressão contra idosos são praticados pelos próprios filhos ou parentes próximos.
– É preocupante saber que mais de 80% dos casos registrados de violência contra os idosos acontecem dentro de casa, onde os cuidados são negligenciados por filhos, parentes ou cuidadores. Os principais casos acontecem, justamente, com aquelas pessoas que precisam de cuidados especiais por estarem com dificuldades de mobilidade ou enfermos – explicou Furtado.
O Estatuto do Idoso determina que casos de suspeita ou confirmação de violência devem ser comunicados, imediatamente, pelos profissionais de saúde que prestaram o atendimento, mas, na prática, isso não ocorre como deveria.
– O idoso sofre e tem medo de denunciar porque assim ele pode perder todos os laços afetivos da família, mesmo que já estejam comprometidos. Cabe à sociedade se atentar para os sinais de violência e denunciá-los. Alguns sinais são facilmente percebidos. Normalmente, o agressor tem um estresse no tratamento e cuidado, não permite que o idoso converse sozinho com outras pessoas, interrompe algumas falas e respostas e o culpa por tudo, até mesmo pela doença – contou o delegado.
Uma projeção feita pelo IBGE, até 2050, o número de idosos vai triplicar no Brasil. As estimativas são de que essa mudança no perfil da população acontecerá em 2030, quando o número de brasileiros com 60 anos ou mais de idade vai ultrapassar o de crianças de 0 a 14 anos.
– São necessárias politicas públicas que permitam um envelhecimento mais ativo da população. Tem que se cuidar da saúde do idoso e, acima de tudo, dá a ele proteção e carinho para que sintam protegidos e com condições de continuar se desenvolvendo ao longo da vida – ressaltou o delegado Antonio Furtado.
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